O sacrifício de Abraão: o mito original da fé monoteísta dos hebreus.
Texto 01 - Civilização hebraica
A civilização hebraica é proveniente da Palestina, região
localizada entre o deserto da Arábia, Síria e Líbano. Próxima ao mar
Mediterrâneo e cortada pelo rio Jordão, a Palestina ficou conhecida como um dos
principais entrepostos comerciais do mundo antigo. Sendo uma região habitada
por diferentes povos, a Palestina é o grande palco da histórica rixa entre
árabes e palestinos.
Os hebreus organizaram sua população em diversos clãs patriarcais semi nômades. Esses grupos familiares se dedicavam principalmente à criação de gado ao longo dos oásis espalhados no deserto da Arábia. A história dos hebreus se inicia a dois mil anos antes de Cristo e convive com outras grandes civilizações expansionistas do mesmo período. A história hebraica se concentra nos textos bíblicos do Antigo Testamento, que relatam o cotidiano, os hábitos e as crenças dos judeus.
Influenciados por um pensamento fortemente religioso, o povo hebreu fundou uma crença monoteísta focada na adoração do deus Iaweh. Seguindo a liderança de homens designados por Iaweh, os hebreus se julgavam uma nação santificada que deveria manter e expandir a sua população. Por conta disso, as famílias eram bastante extensas e as mulheres tinham como função primordial tratar da criação de seus filhos. Os homens detinham papéis de liderança na administração das tribos e as mulheres eram preparadas para o casamento.
Seguindo padrões morais bastante rígidos, os hebreus evitavam o enlace sexual entre os mais jovens e condenavam a prática homossexual. Além disso, a virgindade também detinha um importante papel de destaque na reafirmação de um ideal de pureza da figura feminina. O casamento monogâmico era a peça fundamental de sua organização familiar. O homem só poderia desfrutar do corpo de outra mulher (concubina), quando a esposa não tinha condições de gerar filhos.
O escravismo era uma prática comum na sociedade hebraica. Parte da própria população poderia vir a ser escravizada por conta de algum tipo de acordo ou punição religiosa. Os demais escravos eram provenientes das conquistas militares. A condição dos escravos era bastante relativa, sendo que os princípios da lei religiosa permitiam que os mesmos pudessem se casar; converterem-se à fé judaica; ou estabelecer algum tipo de propriedade.
A primeira fase da história política dos hebreus ficou conhecida como Período dos Patriarcas. Nessa época, a população hebraica esteve subordinada à liderança de um membro das tribos que concentrava em suas mãos funções jurídicas, militares e religiosas. A economia era sustentada por meio das atividades pastoris que se desenvolviam por meio de constantes deslocamentos populacionais às regiões férteis da Palestina.
Os hebreus organizaram sua população em diversos clãs patriarcais semi nômades. Esses grupos familiares se dedicavam principalmente à criação de gado ao longo dos oásis espalhados no deserto da Arábia. A história dos hebreus se inicia a dois mil anos antes de Cristo e convive com outras grandes civilizações expansionistas do mesmo período. A história hebraica se concentra nos textos bíblicos do Antigo Testamento, que relatam o cotidiano, os hábitos e as crenças dos judeus.
Influenciados por um pensamento fortemente religioso, o povo hebreu fundou uma crença monoteísta focada na adoração do deus Iaweh. Seguindo a liderança de homens designados por Iaweh, os hebreus se julgavam uma nação santificada que deveria manter e expandir a sua população. Por conta disso, as famílias eram bastante extensas e as mulheres tinham como função primordial tratar da criação de seus filhos. Os homens detinham papéis de liderança na administração das tribos e as mulheres eram preparadas para o casamento.
Seguindo padrões morais bastante rígidos, os hebreus evitavam o enlace sexual entre os mais jovens e condenavam a prática homossexual. Além disso, a virgindade também detinha um importante papel de destaque na reafirmação de um ideal de pureza da figura feminina. O casamento monogâmico era a peça fundamental de sua organização familiar. O homem só poderia desfrutar do corpo de outra mulher (concubina), quando a esposa não tinha condições de gerar filhos.
O escravismo era uma prática comum na sociedade hebraica. Parte da própria população poderia vir a ser escravizada por conta de algum tipo de acordo ou punição religiosa. Os demais escravos eram provenientes das conquistas militares. A condição dos escravos era bastante relativa, sendo que os princípios da lei religiosa permitiam que os mesmos pudessem se casar; converterem-se à fé judaica; ou estabelecer algum tipo de propriedade.
A primeira fase da história política dos hebreus ficou conhecida como Período dos Patriarcas. Nessa época, a população hebraica esteve subordinada à liderança de um membro das tribos que concentrava em suas mãos funções jurídicas, militares e religiosas. A economia era sustentada por meio das atividades pastoris que se desenvolviam por meio de constantes deslocamentos populacionais às regiões férteis da Palestina.
Texto 02 Abraão e as alianças hebraicas
Um aspecto interessante do estudo da
história é a tentativa de encontrar nos textos míticos e religiosos
elementos que justificariam a realização de práticas e comportamentos
pelos povos que os criaram. Nesse sentido, pensar a aliança estabelecida entre Abraão e o Deus hebreu
é entender a constituição desse povo como tendo sido realizada a partir
de um pacto, no qual os homens dedicariam a vida ao Deus monoteísta,
abandonando a idolatria a diversos deuses, praticada pelos antepassados
de Abraão. Em troca, receberiam as graças desse mesmo Deus, sendo
abençoados e protegidos contra os que viriam a amaldiçoá-los.
No caso dos hebreus, esse pacto inicial,
de formação do povo, baseou-se no abate e corte de corpos de animais
para a realização de rituais, conhecidos em hebraico como brit habetarin,
a aliança dos pedaços. Após várias provações, o Deus hebreu prometeu a
Abrão (ainda com este nome) a possibilidade de gerar descendentes.
Assim, Abrão passou a realizar o antigo ritual de abate de animais em
homenagem ao Deus hebreu. Apesar de achar que pela idade avançada não
conseguiria procriar, Abrão realizou o procedimento ordenado, mostrando
mais uma vez sua fé em Deus. Segundo Moacir Amâncio, o ritual de
passagem pelos corpos decompostos dos animais portando uma tocha ecoava
um costume do tempo e a partir dali “estava selado um pacto, como diz a
Bíblia: ‘Naquele dia Deus estabeleceu uma aliança com Abrão’, prometendo
para sua posteridade a terra que se estendia do rio do Egito até o
grande Rio, o Eufrates”
Posteriormente, a aliança se estreitou
com a adoção de uma prática ritual que retirava uma pequena membrana do
corpo humano, através da realização da circuncisão, que deveria ser
feita nas crianças no oitavo dia de seu nascimento, mas que Abrão
realizou por volta dos noventa anos. A tradição da circuncisão vem sendo
mantida desde as origens do povo judeu, como mais um dos elementos do
pacto realizado com Deus. Segundo a passagem bíblica, Deus teria dito:
“E eis a minha aliança, que será observada entre mim e vós, isto é, tua
raça depois de ti: que todos os vossos machos sejam circuncisados. (...)
Minha aliança estará marcada na vossa carne como uma aliança perpétua”.
Com este ritual sendo perpetuado, a aliança entre o povo hebreu e seu
Deus era mantida. Como curiosidade, antes do momento da circuncisão, o
Deus ainda ordenou a alteração do nome de Abrão e de sua esposa, pois,
como Abraão, Deus faria dele pai de uma multidão de nações e Sarai
passou a ser chamada Sara, cujo significado é princesa.
Mas a prova final da fé que
definitivamente selaria a aliança foi o sacrifício de Isaque, seu filho
único. Deus pediu que Abraão, já centenário, cometesse o holocausto de
seu adorado filho, o que o ancião se preparou para fazer sem questionar.
Entretanto, Abraão foi interrompido antes da execução através da
aparição de um anjo. A realização do ato hediondo era a prova final de
fé, entregando Deus a bênção sobre a humanidade como consequência do
cumprimento do acordo, estabelecendo assim a aliança.
Os rituais que selam as alianças podem
ser entendidos, nesse caso, como formas de representação, de ilustração,
utilizados para mostrar a necessidade de se adotar certas regras de
comportamento social entre as pessoas. Os pactos seriam o
estabelecimento de limites de atuação social, pelos quais os homens
poderiam agir e cujo parâmetro seria o próprio pacto inicial,
estabelecido entre a divindade e o patriarca, aquele que gerou com seus
descendentes uma civilização, destinada com a prova da fé a habitar
certa região geográfica do globo terrestre durante um período temporal
extenso até o momento da salvação. Essa interpretação possibilita ver
estes comportamentos como base das relações sociais, através das quais
os eixos estruturantes da existência social se dão, possibilitando a
reprodução ao longo do tempo da existência coletiva de grupos sociais,
expressando essas lendas, como a de Abraão, a fundamentação histórica
daquelas práticas que cimentam a organização social. Mas a história é
dinâmica e as ações mudam com o passar do tempo. Talvez por isso fosse
necessária uma nova aliança, através dos dez mandamentos.
Revista História Viva, Grandes Religiões 2, Judaísmo. p. 8-10
Vídeo: Davi
01. Com base na leitura do texto acima, elabore uma
síntese destacando as crenças, padrões morais e o escravismo na sociedade
hebraica. Resposta entre oito e dez linhas.
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