"Aquele que quer aprender a voar um dia precisa primeiro aprender a ficar de pé, caminhar, correr, escalar e dançar; ninguém consegue voar só aprendendo vôo." Nietzsche
Professor Iasson, O SOBERANO
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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
1ª. Série EM - Mesopotâmia - vídeo - 29/02/2012
A palavra mesopotâmia tem origem grega e significa " terra entre rios". Essa região localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque. Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história.
Para ver o vídeo, clique aqui
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
3ª. Série EM- Galileu não foi o primeiro a dizer que a Terra gira em torno do Sol
Suas ideias mudaram tudo o que se sabia sobre o movimento dos astros, certo? Errado!
por Olivier Tosseri
É comum atribuir ao italiano Galileu Galilei (1564-1642) a criação do heliocentrismo. Apesar de o astrônomo renascentista ter contribuído muito para a aceitação dessa teoria no meio científico, a ideia de que a Terra se move em torno do Sol já vinha se desenvolvendo desde a Antiguidade.
No século V a.C., o filósofo grego Filolau formulou pela primeira vez a hipótese de que nosso planeta não ocupava o centro do Universo. Para ele, a Terra girava em torno de um “fogo central”, cuja luz era somente refletida pelo Sol. Posteriormente, no século V d.C., astrônomos indianos elaboraram teorias sugerindo que o globo terrestre orbitava ao redor do Sol e mencionando o que chamaríamos mais tarde de “lei da gravidade”.
Estudos do tipo continuaram a ser produzidos em plena Idade Média, mas o geocentrismo de Aristóteles e Ptolomeu perdurou, graças à Igreja Católica, como forma mais aceita de entender o movimento do planeta.
Foi preciso esperar até o século XVI para que o heliocentrismo alcançasse o status de teoria científica, e devemos esse avanço não a Galileu, mas ao médico e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543). Suas pesquisas resultaram na obra Das revoluções das esferas celestes, concluída em 1530 e publicada em 1543, na cidade de Nuremberg, pouco antes da sua morte.
O livro contradizia abertamente a Bíblia, e os opositores do heliocentrismo se multiplicaram contra a chamada “revolução copernicana”. A ideia de que a Terra girava em torno de si própria e, assim como todos os demais planetas conhecidos, em torno do Sol rendeu críticas ferrenhas vindas de nomes como Martinho Lutero (1483-1546), que chegou a chamar o cientista de “paspalho”.
A obra de Copérnico foi continuada por cientistas como o matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630) e, principalmente, por Galileu. Suas descobertas confirmaram a coerência do heliocentrismo, do qual o italiano se tornou um defensor fervoroso, e mostraram uma série de falhas no sistema geocêntrico.
Em 1616, o heliocentrismo foi renegado oficialmente pela Igreja, e a obra-prima de Copérnico foi posta no índex (lista de livros considerados heréticos pela autoridade eclesiástica). Mesmo assim, Galileu continuou seus trabalhos e, protegido pelo papa Urbano VIII (1568-1644), publicou em 1632 o livro Diálogo sobre os dois grandes sistemas do mundo, um misto de elogio ao heliocentrismo e escárnio do geocentrismo.
A repercussão da obra foi enorme e, para seu autor, trágica: Galileu foi condenado à prisão perpétua pela Inquisição e seu texto foi proibido. Graças à influência de Urbano VIII, sua pena foi transformada em reclusão domiciliar, mas o tempo da punição não foi diminuído.
A censura às obras que defendiam o heliocentrismo só foi revogada mais de um século depois, em 1757, pelo papa Bento XIV (1675-1758). Somente então passamos a redescobrir a genialidade de Galileu, que, embora não seja criador do heliocentrismo, teve um peso inegável na construção da visão que hoje temos do Universo.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
2ª. Série EM - 09/02/2012 - América Latina por Eduardo Galeano
"Não importa de onde vim, mais sim aonde quero chegar"
Eduardo Galeano
Eduardo Hughes Galeano (Montevidéu, 3 de setembro de 1940) é um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História.
Em 1973, com o golpe militar do Uruguai, Galeano é preso e mais tarde forçado a se exilar na Argentina, onde lançou Crisis, uma revista sobre cultura. Em 1976, com o sangrento golpe militar liderado pelo general Jorge Videla, tem seu nome colocado na lista dos esquadrões de morte e, temendo por sua vida, exila-se na Espanha, onde deu início à trilogia Memória do Fogo. Em 1985, com a redemocratização de seu país, Galeano retornou a Montevidéu, onde vive ate hoje.
Abaixo, segue alguns trechos dos quais destaquei na introdução.
(...)
“Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta”
(...) A América Latina:
“Continua existindo a serviço de necessidades alheias, como fonte e reserva de petróleo, ferro, cobre e carne, frutas e café, matérias-primas e alimentos, destinados aos países ricos que ganham, consumindo-os, MUITO MAIS do que a América Latina ganha produzindo-os”
(...)
“Quanto mais liberdade se outorga aos negócios, mais cárceres se tornam necessários construir para aqueles que sofrem com os negócios”
(...)
“É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros de poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e consumo, os recursos naturais e os recursos humanos”
(...)
“Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos; outros ganharam. Mas acontece que aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já disse, a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos”.
(...)
“o ouro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno... fortunas que a natureza outorga e o imperialismo usurpa”
(...)
"o sistema é tão irracional para com todos os demais que, quanto mais se desenvolve, mais se tornam agudos seus desequilíbrios e tensões".
(...) Assim como Florestan:
"até a industrialização dependente e tardia... contribui para semear o desemprego ao invés de tentar resolvê-lo; estende- se a pobreza e concentra-se a riqueza, que conta com IMENSAS LEGIÕES DE BRAÇOS CRUZADOS, que se multiplicam sem descanso".
(...)
"o sistema não previu esta pequena chateação: o que sobra é gente. Gente que se reproduz.... o sistema vomita homens"
(...)
"São secretas as matanças da miséria na América Latina; em cada ano EXPLODEM, SILENCIOSAMENTE, sem qualquer estrépito, três bombas de Hiroshima sobre estes povos, que tem o costume de sofrer com os dentes cerrados"
(...)
"Segundo George W. Ball 'os pobres não podem desencadear uma guerra mundial'"
(...)
"propõe-se justificar a desigual distribuição de renda entre os países e entre as classes sociais, convencer aos pobres que a pobreza é o resultado dos filhos que não se evitam e pôr um dique ao avanço da fúria das massas em movimento e em rebelião"
(...)
"Diversas missões nortes americanas esterelizaram milhares de mulheres na Amazônia"
(...)
"O sistema fala uma linguagem surrealista: propõe evitar os nascimentos nestas terras vazias; diz que faltam capitais em países onde estes sobram, mas são desperdiçados; chama de ajuda a ortopedia deformante dos empréstimos e à drenagem de riquezas que os investimentos estrangeiros provocam; convoca os latifundiários a realizarem a reforma agrária".
(...)
Vídeo 01
Vídeo 02
Eduardo Galeano
Eduardo Hughes Galeano (Montevidéu, 3 de setembro de 1940) é um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História.
Em 1973, com o golpe militar do Uruguai, Galeano é preso e mais tarde forçado a se exilar na Argentina, onde lançou Crisis, uma revista sobre cultura. Em 1976, com o sangrento golpe militar liderado pelo general Jorge Videla, tem seu nome colocado na lista dos esquadrões de morte e, temendo por sua vida, exila-se na Espanha, onde deu início à trilogia Memória do Fogo. Em 1985, com a redemocratização de seu país, Galeano retornou a Montevidéu, onde vive ate hoje.
Abaixo, segue alguns trechos dos quais destaquei na introdução.
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“Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta”
(...) A América Latina:
“Continua existindo a serviço de necessidades alheias, como fonte e reserva de petróleo, ferro, cobre e carne, frutas e café, matérias-primas e alimentos, destinados aos países ricos que ganham, consumindo-os, MUITO MAIS do que a América Latina ganha produzindo-os”
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“Quanto mais liberdade se outorga aos negócios, mais cárceres se tornam necessários construir para aqueles que sofrem com os negócios”
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“É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros de poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e consumo, os recursos naturais e os recursos humanos”
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“Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos; outros ganharam. Mas acontece que aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já disse, a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos”.
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“o ouro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno... fortunas que a natureza outorga e o imperialismo usurpa”
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"o sistema é tão irracional para com todos os demais que, quanto mais se desenvolve, mais se tornam agudos seus desequilíbrios e tensões".
(...) Assim como Florestan:
"até a industrialização dependente e tardia... contribui para semear o desemprego ao invés de tentar resolvê-lo; estende- se a pobreza e concentra-se a riqueza, que conta com IMENSAS LEGIÕES DE BRAÇOS CRUZADOS, que se multiplicam sem descanso".
(...)
"o sistema não previu esta pequena chateação: o que sobra é gente. Gente que se reproduz.... o sistema vomita homens"
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"São secretas as matanças da miséria na América Latina; em cada ano EXPLODEM, SILENCIOSAMENTE, sem qualquer estrépito, três bombas de Hiroshima sobre estes povos, que tem o costume de sofrer com os dentes cerrados"
(...)
"Segundo George W. Ball 'os pobres não podem desencadear uma guerra mundial'"
(...)
"propõe-se justificar a desigual distribuição de renda entre os países e entre as classes sociais, convencer aos pobres que a pobreza é o resultado dos filhos que não se evitam e pôr um dique ao avanço da fúria das massas em movimento e em rebelião"
(...)
"Diversas missões nortes americanas esterelizaram milhares de mulheres na Amazônia"
(...)
"O sistema fala uma linguagem surrealista: propõe evitar os nascimentos nestas terras vazias; diz que faltam capitais em países onde estes sobram, mas são desperdiçados; chama de ajuda a ortopedia deformante dos empréstimos e à drenagem de riquezas que os investimentos estrangeiros provocam; convoca os latifundiários a realizarem a reforma agrária".
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Vídeo 01
Vídeo 02
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
1ª. Série EM - De onde veio a história
De onde veio... a história
De Heródoto à “Escola dos Annales”, confira a cronologia.
Para leitura do texto clique aqui.
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